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O PARÁGRAFO

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Referências:

ANDRADE, Margarida M. HENRIQUES, Antonio. Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores. São Paulo: Ática, 1999.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978.

1) DEFINIÇÕES

Os textos em prosa (narrativos, descritivos ou dissertativos) são estruturados em unidades menores: os parágrafos.

Assim, o parágrafo é definido geralmente a partir da ideia de "unidade" do texto:
  • Unidade mínima de significação do texto, que apresenta uma idéia básica, à qual se agregam outras idéias secundárias, relacionadas pelo sentido (ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p.100).
  • Unidade de composição, constituída por um ou mais de um período em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. (GARCIA, 1978, p.203).
A noção de unidade, nesse caso, refere-se a um princípio de estruturação, segundo o qual um parágrafo seria um todo organizado em torno de uma ideia central. Portanto, por definição, um parágrafo deve ter apenas uma ideia nuclear.

Mas há outros três princípios básicos que se somam à noção de unidade, na estruturação de um bom parágrafo.

  • Unidade: manutenção de apenas uma ideia principal – as idéias secundárias servem para reforçá-la.
  • Coerência: relação de sentido entre a ideia principal e as secundárias.
  • Concisão: apresentação das ideias de modo objetivo, sem estender demasiadamente o parágrafo.
  • Clareza: apresentação clara dos argumentos ou fatos (escolha de palavras, construção sintática etc.)

2) ESTRUTURA


O parágrafo pode ser considerado um microtexto - com introdução, desenvolvimento e, em alguns casos, conclusão.

Para garantir um parágrafo bem estruturado, devem-se delimitar claramente: o aspecto de abordagem (o quê?) e o objetivo (para quê?).

- A introdução de um parágrafo normalmente (mas nem sempre) corresponde ao tópico frasal do parágrafo (tópico frasal: ideia central, nuclear).

- O desenvolvimento corresponde ao desdobramento do tópico frasal. Trata-se da organização das idéias secundárias, observando as condições de composição (unidade, coerência, concisão e clareza).

O desenvolvimento de um parágrafo pode se dar a partir de várias estruturas. Não há um modelo fechado, pois o tipo de parágrafo pode variar conforme a tipologia do texto. Há, entretanto, alguns modelos recorrentes:

  • TF (tópico frasal) + explicitação da idéia inicial: as ideias secundárias apresentam, com outras palavras, explicações do que foi exposto pelo TF.
  • TF+ ordenação por causa e consequência: as ideias secundárias apresentam razões e/ou desdobramentos do que foi exposto pelo TF.
  • TF+ ordenação por contraste: as ideias secundárias se estruturam pela antítese.
  • TF+ ordenação por enumeração: as ideias secundárias constituem uma lista (de fatores, nomes, eventos etc.).
  • TF+ exemplificação: as ideias secundárias ilustram o que foi exposto pelo TF.
  • TF (pergunta) + respostas: as ideias secundárias constituem respostas à pergunta elaborada pelo TF.

Essas estruturas são intercambiáveis. Algumas delas podem aparecer juntas em um mesmo parágrafo.

- A conclusão não é uma condição para todos os tipos de parágrafo. É obrigatória, entretanto, no parágrafo final do texto. "Nem todos os parágrafos apresentam uma conclusão explícita, principalmente os que contêm encadeamento inerente ao desenvolvimento do tema" (ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p.101).


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COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Benedita. Coesão e coerência. Set, 2007 (mimeo).
CEIA, Carlos . Dicionário de termos literários. 2005. Disponível em: <http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/ C/coerencia_coesao.htm>. Acesso em: ago.2009.
KOCH, Ingedore, TRAVAGLIA, Luís. C. Texto e Coerência. São Paulo: Cortez, 1989. 
KOCH, Ingedore. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989.

As noções de coesão e coerência costumam ser abordadas pelo campo da linguística como fatores que garantem a textualidade – aquilo que diferencia um texto de uma mera sequência de palavras.

A distinção entre os dois conceitos não é unânime na área – há um intenso debate sobre as inter-relações que conectam esses dois termos, havendo inclusive quem defenda se tratar de um só fator da textualidade.

No entanto, todos os estudiosos concordam com o fato de que a coesão e a coerência costumam aparecer juntas, garantindo aquilo que costumamos definir como “um bom texto”.
  • O conceito de coerência refere-se ao nexo entre os elementos argumentativos ou narrativos de um texto. Trata-se do princípio de inteligibilidade, aquilo que garante a compreensão da mensagem. 
  • A coerência está ligada ao sentido decorrente da organização das ideias.
“A falta de coerência em um texto é facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as proposições de um enunciado oral ou escrito” (CEIA, 2005).
A coerência “diz respeito à ordenação das ideias e dos argumentos. A coerência depende da coesão. Um texto com problemas de coesão terá, provavelmente, problemas de coerência” (AZEVEDO, 2007).

O conceito de coesão se refere à consistência na associação dos elementos que estruturam o texto. Trata-se da

“correta ligação entre os elementos de um texto, que ocorre no interior das frases, entre as próprias frases e entre os vários parágrafos. Pode-se dizer que um texto é coeso quando os conectivos (conjunções, pronomes relativos) e também a preposição são empregados corretamente” (AZEVEDO, 2007).
O uso adequado dos elementos estruturais formadores de um texto (verbal ou não) garantem a coesão textual.

Os aspectos relativos à coesão textual, como a concordância e o emprego dos conectivos, por exemplo, interferem na coerência de uma mensagem. Azevedo apresenta alguns exemplos:

Uso da preposição:
“A ditadura achatou os salários dos professores e tirou matérias importantes no desenvolvimento do jovem”.    
- Ficaria melhor se fosse utilizada a preposição para: [...] importantes para o desenvolvimento do jovem.

Uso da conjunção:  
“Controlar o país, para muitos governantes, é dar a impressão de que existe democracia. Portanto, se o povo participa, é imediatamente reprimido”.
- A ideia que se quer expressar é de oposição e não de conclusão. O melhor seria usar conjunções adversativas (no entanto, mas, porém etc.).

Para Carlos Ceia, pode-se conseguir a coesão textual mediante quatro procedimentos gramaticais elementares:

1) Substituição: quando uma palavra ou expressão substitui outras anteriores. Ex.: Rui foi ao cinema. Ele não gostou do filme.

2) Reiteração: quando se repetem formas no texto. Ex.: “E um beijo?! E um beijo do seu filhinho?!» - Quando dará beijos o meu menino?!”(Fialho de Almeida)
Obs.: a reiteração pode ser lexical (“E um beijo”) ou semântica (“filhinho”/”menino”).

3) Conjunção: quando uma palavra, expressão ou oração se relaciona com outras antecedentes por meio de conectores gramaticais. Ex.: O cão da Teresa desapareceu. A partir daí, ela nunca mais se sentiu segura.

4) Concordância: quando se obtém uma sequência gramaticalmente lógica, em que todos os elementos concordam entre si (tempos e modos verbais correlacionados; regências verbais corretas, gênero gramatical corretamente atribuído, coordenação e subordinação entre orações).
Exemplos:
Cheguei, vi e venci.
Primeiro vou lavar os dentes e depois vou para a cama.
Espero que o teste corra bem.
Esperava que o teste tivesse corrido bem.
Estava muito cansado, porque trabalhei até tarde.

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Posted by Telles on 08:40 in
AVISO

Na próxima terça, dia 23, nossas aulas acontecerão na sala 407 do prédio central, local onde vocês já assistirão às aulas de PSP I.

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Posted by Telles on 12:46 in
LINKS PARA OS SLIDES DE AULA

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Figuras de linguagem - parte I
Funções da linguagem
Modos de interação textual
Revisão gramatical - parte I

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Posted by Telles on 11:58
FIGURAS DE LINGUAGEM

São recursos textuais utilizados para conferir maior expressividade à mensagem. 

Quando empregadas de modo adequado, as figuras de linguagem (ou de estilo) valorizam o texto, criando efeitos variados de interpretação. Trata-se de um recurso linguístico que comunica experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. 

METONÍNIMA

Emprego de um termo por outro, a partir da possibilidade de associação entre eles. O efeito da metonímia pode ser gerado a partir da exploração de relações como:
  • Efeito pela causa: tomou a morte até o último gole.
  • Causa pelo efeito: tenho alergia a cigarro (a alergia é provocada pela fumaça do cigarro).
  • Marca pelo produto: só lavo roupa com Omo. 
  • Autor pela obra: Ontem reli Castro Alves.
  • Continente pelo conteúdo: Na feijoada de domingo eu comi dois pratos.
  • Possuidor pelo possuído: ele foi ao médico.
  • Matéria pelo objeto: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
  • O instrumento pela causa ativa: Romário é bom de bola.
  • Parte pelo todo: “A mão que balança o berço”.
  • Continente pelo conteúdo: Na feijoada de domingo eu comi dois pratos.
  • Possuidor pelo possuído: ele foi ao médico.
  • Matéria pelo objeto: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
  • O instrumento pela causa ativa: Romário é bom de bola.
  • Parte pelo todo: “A mão que balança o berço”.
No slogan "Hoje é dia de sofá", da rede de locadoras Blockbuster, há metonímia na transferência, por sinédoque (toma-se a parte pelo todo), da sala (local onde normalmente fica a TV) para um objeto (sofá) que tem uma relação significativa com a ideia de sala. 

O mesmo acontece no slogan “frascos de natureza” (O Boticário).


No cartaz do filme X-men 3: o confronto final (2006), o efeito da metonímia é sugerido por uma sequência de associações: o sinal por sua significação: as garras são usadas para identificar o personagem Wolverine; a parte pelo todo (sinédoque): a escolha deste personagem como representante do grupo dos X-men; a parte pelo todo: a escolha do personagem Wolverine como representante filme.

Aqui também se toma o todo (bairro) pela parte (casas).
Há também a figura da personificação (bairro ou casas não têm "cara"). Fonte: Folha de S. Paulo, 31/03/2013

No cartaz da marca Águas do Fastio, a metonímia é gerada a partir da ação de tomar o lugar pela coisa (Serra do Gerês pela água).
Neste anúncio (não-oficial) para os lenços de papel Kleenex, o efeito da metonímia é gerado pela ação de tomar o possuído (cavalo) pelo possuidor (Beto Carrero). O anúncio foi criado na ocasião da morte de beto Carreiro. Fonte: desecannes.com
Adicionar legenda
  
A metonímia aparece constantemente em nossos discursos cotidianos. No discurso jornalístico, a metonímia funciona como um recurso para tornar a comunicação mais rápida.


Folha de S. Paulo, 26/03/2013, Caderno Ilustrada
Fonte: http://acervo.folha.com.br/fsp/2013/03/26/21

A Tarde, 02/04/2013
Fonte: http://atarde.uol.com.br



METÁFORA

Segundo os dicionários da língua portuguesa, a metáfora consiste na “designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança (p.ex., ele tem uma vontade de ferro, para designar uma vontade forte, como o ferro)” (HOUAISS).

Além das construções verbais, os discursos da comunicação costumam explorar muito as metáforas visuais.
Neste exemplo, há a metáfora visual do tipo “A é B” pela metamorfose  das árvores em pinos do jogo. Há também a metáfora verbal do mesmo tipo, ao se afirmar “homem é burro”.
Neste cartaz, metáfora visual se produz pela metamorfose parcial do corpo da mulher. Há também metonímia, por se tomar “cozinha” por “comida”, a partir da relação de contiguidade.

"Para a natureza, todo dia é 11 de setembro"
Criação da CLM BBDO de Paris para a associação ambiental Fondation Nicolas Hulot.
Aqui há metáfora por alusão: os troncos das árvores em chamas fazem referência às Torres Gêmeas nos ataques de 11/09/2001




Nesta ação, a metáfora também se dá pela metamorfose.Trata-se de duas construções metafóricas: o poste transforma-se em cigarro, para que a placa de trânsito transforme-se em aviso aos fumantes.


Na capa da revista Super Interessante, n. 290a (abril/2011), funde-se a imagem do cérebro com a de um labirinto, para criar o efeito sugerido pelo texto. Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo

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Posted by Telles on 10:55
MODOS DE INTERAÇÃO TEXTUAL
Referências

CEIA, Carlos. Dicionário de termos literários. Disponível em: http://www2.fcsh.unl.pt. Acesso em: jul.2009.
COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Trad. Cleonice P. B. Mourão. Belo Horizonte: EdUFMG, 1996.
DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://houaiss.uol.com.br. Acesso em: jul.2009.
KRISTEVA, Julia. Introdução à semanálise. Trad. Lúcia Helena F. Ferraz. São Paulo: Perspectiva, 1974.
WALTY, Ivete L. Camargos; CURY, Maria Z. F. Dicionário de termos literários. 2005. Disponível em: http://www2.fcsh.unl.pt. Acesso em: jul.2009.

  • Existem muitos recursos disponíveis para a construção do processo enunciativo. O diálogo entre os discursos (a intertextualidade) constitui um deles. São modos pelos quais os textos/discursos interagem, se influenciam e se modificam.
  • A noção de intertextualidade está associada à relação entre textos. 

“Considerando-se texto, num sentido lato, como um recorte significativo feito no processo ininterrupto de semiose cultural, isto é, na ampla rede de significações dos bens culturais, pode-se afirmar que a intertextualidade é inerente à produção humana” (WALTY; CURY, 2005). 
"A intertextualidade pode ser percebida na produção e na recepção das mensagens. “Filmes que retomam filmes, quadros que dialogam com outros, propagandas que utilizam o discurso artístico, poemas escritos com versos alheios, romances que se apropriam de formas musicais, tudo isso são textos em diálogo com outros textos: intertextualidade” (WALTY; CURY, 2005).

  • Segundo Julia Kristeva: 

“[...] todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto” (KRISTEVA, 1974, p. 64).

  • Para Antoine Compagnon:

“escrever, pois, é sempre rescrever, não difere de citar. A citação, graças à confusão metonímica a que preside, é leitura e escrita, une o ato de leitura ao de escrita. Ler ou escrever é realizar um ato de citação” (COMPAGNON, 1996, p.31).
“Referências, alusões, epígrafes, paráfrases, paródias ou pastiches são algumas das formas de intertextualidade [...]” (WALTY; CURY, 2005).

  • Entre as formas de intertextualidade mais utilizadas pelo discurso da comunicação (especialmente o publicitário) estão a paráfrase, a paródia e o pastiche.


PARÓDIA

Consiste na imitação burlesca de um outro discurso. Normalmente, o efeito da paródia é cômico, irônico, tornando o texto primeiro risível, muitas vezes ridicularizando-o.
Segundo Carlos Ceia, a paródia é “um processo de imitação textual com intenção de produzir um efeito de cômico”. O autor considera que “a forma como se processa essa imitação, a motivação para o ato imitativo e as consequências esperadas para esse ato determinam a natureza literária da paródia” (CEIA, 2005)
Ao recriar uma obra em um novo contexto, a paródia pode manifestar aspectos ridículos ou absurdos desse texto.
Campanha da Bom Bril parodiando o caso Ronaldo Fenômeno e as travestis


Campanha publicitária criada em 2008 pela MP Publicidade para a rede HortiFruti, parodiando filmes de Hollywood.


PASTICHE
O termo vem do italiano “pasticcio”, que se refere a uma “massa ou amálgama de elementos compostos” (CEIA, 2005).O termo já foi aplicado no sentido pejorativo, no campo das Belas Artes, especialmente o da pintura, referindo-se à falsificação de quadros. 

O pastiche difere-se da paródia, por não trazer necessariamente a intenção de burlar o texto primeiro. Muitas vezes, inclusive, se apresenta como uma homenagem ao original.


Cartaz da exposição "A intimidade de Carmem Miranda" – Museu de Arte Moderna (MAM-RJ)
Criação: Quê Comunicação.
Campanha da Parmalat para o leite light 

PARÁFRASE

Consiste na recriação de um outro discurso, a partir de sua forma (mantendo a ideia original) ou de sua informação (mantendo a forma original).


A paráfrase (ou metafrase) representa um modo diverso de expressar um discurso; tradução livre ou desenvolvida.

Em uma das acepções para o termo “paráfrase”, o Dicionário Houaiss, registra que se trata de uma “interpretação, explicação ou nova apresentação de um texto (entrecho, obra etc.) que visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para o seu sentido.

Criação da JWT (Malásia) para a Ranger Extreme - Ford.
Texto: “Nova Ranger Extreme com caçamba estendida”.


Criação: M&C Saatchi para a Cruz Vermelha 

Texto:"Dinheiro não é tudo. Salve três vidas sem gastar um centavo".





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Posted by Telles on 10:18
TÓPICOS DE GRAMÁTICA


PRONOMES RELATIVOS
São partículas que substituem um termo da oração anterior, estabelecendo relação de subordinação entre as orações. Os relativos evitam a repetição do termo ao qual fazem referência.

- Pronomes relativos substantivos (substituem um substantivo:

QUE   QUEM   QUAL   QUANDO   ONDE
- Pronome relativo adjetivo (acompanha um adjetivo):

CUJO
- Pronome relativo adjetivo (acompanha um substantivo).

- O caso do relativo ONDE
  • Deve ser usado para indicar lugar - tem valor semelhante aos relativos “(em) que” e “(no) qual”. 
  • Deve ser empregado com verbos que não dão ideia de movimento.
  • Pode ser usado sem antecedente. 
Obs.: no caso de verbos que dão ideia de movimento, usa-se “aonde” (prep. a + relat. onde), que tem valor de “para onde”.

ACENTO GRAVE

É o sinal que representa o fenômeno linguístico conhecido como crase.
Usa-se apenas na letra “a”, quando ocorre a contração da preposição “a” com o artigo definido feminino “a” ou o pronome demonstrativo iniciado pela “a” (aquele, aquela, aquilo).
Na língua portuguesa, só é possível utilizar o acento grave neste casos:
à   às  àquele  àquela   àqueles   àquelas   àquilo


ESTRATÉGIAS DE VERIFICAÇÃO
- Substituir o termo que sucede o “a” por outro, no masculino; se a sentença admitir “ao”, haverá acento grave.

  • Fui à feira para fazer pesquisa de preços. / Fui ao mercado para fazer pesquisa de preços.
  • Ele já pediu desculpas a Valéria. / Ele já pediu desculpas a Pedro.
  • Cheguei às 9h. / Cheguei aos 45min. do 2º tempo.
  • Nós assistimos à peça daquele diretor. / Nós assistimos ao espetáculo daquele diretor.
  • Entregue esses documentos à nova estagiária. /Entregue esses documentos ao novo estagiário.

- Substituir o “a” por “para a”. Se a sentença admitir essa última construção, haverá acento grave.
  • Ofereça essa bebida à moça da mesa 3. / Ofereça essa bebida para a moça da mesa 3.
  • Ofereça essa bebida àquela moça. / Ofereça essa bebida para aquela moça.
  • A aluna foi transferida a tempo. / A aluna foi transferida para a tempo.
  • Aquele restaurante serve comida a quilo./ Aquele restaurante serve comida para a quilo.
  • O professor deu dicas de gramática à turma do primeiro semestre. / O professor deu dicas de gramática para a turma do primeiro semestre.


EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES
A ou HÁ
- Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, equivalente a “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular.
  • cem mil pessoas naquela praça = Existem cem mil pessoas naquela praça.
- Usa-se “há” (também impessoal) em expressões que indicam tempo decorrido (como o verbo “fazer”).
  • muito tempo não o vejo = Faz muito tempo que não o vejo.
- Se não for possível conjugar o verbo “haver” no sentido de “existir” ou como “tempo decorrido”, emprega-se “a”.
  • Daqui a pouco começará o jogo.
  • A nova casa fica a dez minutos daqui.

AO INVÉS DE / EM VEZ DE
- O termo “invés” é substantivo equivalente a “inverso”; trem sentido de “lado oposto”, “ao contrário”, “avesso” etc. 
  • Ao invés de contar o que houve, preferiu ficar calado.
  • Reclamei da correção da prova e o professor diminuiu minha nota, ao invés de aumentá-la.
- A expressão “em vez de” é empregada com o sentido de “em lugar de”. 
  • Em vez de ficar reclamando, por que você não conversa com o professor?
  • A professora passou um trabalho em vez de aplicar prova.

VERBO SER + NUMERAL
- Não se usa a preposição "em" entre o verbo “ser” e o numeral. 
  • Na reunião, éramos doze.
  • Na reunião, éramos em doze.

A NÍVEL DE
- Significa “no nível de”, indicando posicionamento “em relação a”. Deve ser usada apenas com esse sentido.
  • A cidade fica ao (no) nível do mar.

PARTÍCULA "MIM"
- Não pode ser sujeito do infinitivo. 
  • Para mim fazer.
- Serve como complemento verbal 
  • Ele mandou flores para mim
- Serve para completar o sentido de adjetivos
  • Fica difícil para mim.

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A 
- “Ir ao encontro de” = concordar com; encontrar com
  • As crianças foram ao encontro da professora.
- "Ir de encontro a" = discordar de, ser contra.
  • Não faça isso! Sua atitude vai de encontro à ética profissional.

HAJA VISTA / HAJA VISTO
- A expressão é invariável: “haja vista”.
- Trata-se de uma expressão verbal perifrástica, ou seja, desenvolvida. Equivale à expressão sintética “veja”.   
  • Ele passará no concurso, haja vista o tempo que dedicou aos estudos.

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